quinta-feira, 25 de junho de 2009

Che L'Argentino


Bem, para já são dois filmes, ou melhor duas partes logo, é melhor fazer o mesmo, embora isto não seja uma saga do Batman que podemos andar a saltar do Beginnings para o do Burton sem perdermos pitada da história. Não é uma saga. É pura e simplesmente uma fita de 4 horas que não podia ser reduzida para 2 e como tal vou cortar isto em 2. Zás.

Parte 1:

Fantástico. Bom filme. Com acção, mostra Fidel Castro, Che e muitos dos 82 que iam naquele barco para Cuba. Não sei se extrapolada a história ou não, sei que é uma história de amor e paixão por ideais muito mais altos que uma política de esquerda ou direita. O ideal de justiça, amor à pátria e acima de tudo liberdade. Tudo aparece muito bem retratado, e se Benicio del Toro não é a cara chapada de Che, pouco falta, no entanto é muito difícil retratar uma personagem mítica. Como é que alguém faz de Cristo? Ninguém sabe como foi Che na verdade, pelo menos nós que não o conhecemos e a transparência de um homem durão, firme, sem mácula, com uma família que referencia 2 vezes em 4 horas de filme pode parecer excessivamente desprovida de carga emocional. Mas se calhar é o homem, afinal de contas algum conteúdo biográfico e histórico tem que ter este filme que não é mais uma americanice, embora seja do mesmo senhor Soderbergh dos all star Ocean's.

Pontuação: 8/10

Parte 2:

Se calhar pelo desfecho trágico, se calhar por já ter sono, quase adormeci a ver esta segunda parte, totalmente desprovida da mesma acção e do mesmo espírito do primeiro. Talvez propositadamente isto tenha acontecido. Afinal de contas a revolução tentada por Che na Bolívia carecia de um Fidel em primeiro plano e de todo aquele espírito que liderou a revolução homóloga na ilha de Fidel. Se calhar por isso o filme foi menos emocionante, por faltar toda aquela garra e paixão do primeiro e gostei ainda menos de Benicio neste, embora se mantenha em bom plano ao longo das duas partes, sem comprometer.
É uma segunda parte, complemento da primeira no sentido biográfico, porque a primeira parte é um filme, a segunda trata-se do complemento biográfico, que retira a cinematografia habitual de um final feliz e de objectivo cumprido.
Fica talvez a lição que por muito forte que se seja individualmente outros valores se levantam que podem impedir a realização dos nossos ideais, ou se calhar por outro lado e como é referido no próprio filme, Che podia ter uma vida totalmente diferente e ter grande conforto, mas preferiu manter-se fiel aos seus ideais nem que isso acarretasse a morte do próprio e assim deve ser o ser humano.

Pontuação: 5/10

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