domingo, 13 de julho de 2008

Filhos

Ontem recebi uma notícia que me chocou um bocado, não que já não tenha recebido outras parecidas, mas desta vez tocou-me mais que o normal.
Pelos vistos um rapaz, ainda que não o conheça bem, vai ter um filho já na próxima semana. Bem, nada de mais mas ele é só um ano mais velho que eu. Sou sincero, isto intimida-me.
Segundo ele: "Mais cedo ou mais tarde ia ter um filho, se tem que ser agora então é.", mas vá lá ponham-se na pele de um adolescente e agora imaginem-se com uma criança nas mãos. Não, não é o vosso primo, é um bebé pelo qual vocês vão ser responsáveis para o resto da vida.
Primeiro e antes de tudo, ainda a estudar, como vai ser para sustentá-lo? Esta é a pergunta mais óbvio sem dúvida e se calhar a mais complicada de resolver a curto prazo mas, há outras:
Que educação iam dar-lhe se nem vocês próprios se podiam considerar com a educação completa?
E quando ele vos perguntasse, um dia mais velho, se o nascimento foi propositado, vocês tivessem que dizer que ele tinha sido um acidente?
Como é que ia ser quando no auge da vossa juventude, por volta dos 25 anos, quiserem sair à noite ou conhecer alguém? E supondo que saíam, como reagiriam quando uma rapariga viesse ter convosco a perguntar se queriam tomar um copo , sabendo que são responsáveis por uma criança e uma mãe?
Sim, porque aqui temos que pensar na mãe. Ela é a parte mais afectada numa situação destas. Aos 20 anos por muito que digam que gostem de uma pessoa e namorem com ela há bastantes anos isso não quer dizer que a relação seja para uma vida. Muito pelo contrário, já se vê que hoje em dia, as relações são muito precipitadas e que nada é para uma vida.
No fim vocês podem ser responsáveis por estragar tanto a vossa vida como a de mais duas pessoas. Espero muito bem que não seja o caso e desejo todas as felicidades ao casal, mas que vão enfrentar muitas dificuldades é certo e o mais provável é não conseguirem ultrapassar todas elas, pelo menos de alguns casos que conheço ainda não vi ninguém que o conseguisse.
O que peço é que tenham cuidados redobrados. Tudo bem que estes casos acontecessem, e não reprovo os casos em que as pessoas não estão no domínio da situação, no entanto, falhas por irresponsabilidade são completamente reprováveis.
Ter filhos é óptimo, pelo menos na minha opinião e eu quero tê-los, mas apenas devemos pensar nisso em alturas que possámos assegurar o melhor futuro para as crianças. E não me parece que aos 20 anos esse seja o caso.

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