quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sonhos


Há um bocado, recebi um comentário que dizia que escrever não era o tipo dessa pessoas e que não queria intrometer-se nas minhas memórias. Por favor, este blog é de todos que o leêm e só peço que dentro da ideia geral deste blog e com um texto relativamente bem inscrito me enviem para o e-mail. Não estou aqui para julgar textos de ninguém. Só quero é que este blog continue a ser o sítio onde quando acordo de manhã e não tenho nada para fazer, venho escrever o que me vem à cabeça. Este blog faz-me lembrar um dos livros do Harry Potter em que Dumbledore tinha um "Pensatório" (não me lembro do nome) em que colocava os pensamentos que não queria que ocupassem a sua mente.
Hoje venho falar de sonhos. E gostava que me enviassem textos a descrever os vossos.
A sociedade em geral impõe-nos certas regras que geralmente se reflectem nos nossos sonhos. Afinal de contas, e para quem tenha uma noção de senso comum, é capaz de ser das coisas mais normais e empíricas que existe. Acho, sinceramente, que nem vale a pena lutar contra isso, é algo que nos é imposto, como a cor da pele, a cor do cabelo ou olhos ou o nosso aspecto físico em geral. Não devemos ficar preocupados com isso e devemos aceitar o que nos rodeia, embora nem sempre pensemos assim.
Bem o que a sociedade sempre me disse foi: "O teu sonho é este: acabar com a fome no mundo, acabar com as guerras no mundo e ser feliz." Felizmente nos últimos anos tenho conseguido afastar-me das condições que a sociedade me impõe e consegui ter um filtro que muitas vezes leva a que as pessoas digam que sou um banana, convencido entre outras coisas.
Retomando, não concordo com o que a sociedade me disse, tirando: "O teu sonho é: ser feliz."
Claro que gostava que a fome no mundo acabasse, e que não houvessem guerras, mas digo com a maior tranquilidade que são muitas vezes situações necessárias.
Há uns tempos tive uma discussão com um colega sobre se ao morar numa "cabana" não seria mais feliz. Eu disse que sim, mas que não. Felicidade por muito que eu me afaste do senso comum, envolve aceitação, acesso a bens, dinheiro e responsabilidade. No geral contento-me com pouco, e é isso que eu acho que é felicidade: o equilíbrio perfeito entre o que queremos e o que temos. Não quero ser descomunalmente rico, ter a esposa mais linda do mundo e inteligente, até porque eu não sou o rapaz mais bonito e inteligente do mundo, não quero ser adorado por toda a gente nem ter tudo aquilo que posso imaginar.
Quero ser moderadamente feliz sem espaço para grandes euforias. Sim, para mim felicidade é ignorância, é uma casa no campo, um emprego com alguma responsabilidade, dinheiro para satisfazer as necessidades de uma cambada de filhos, uma esposa feliz, um carro velinho e uma cadeira de baloiço na varanda virada para o poente com alguns livros.
Como veêm não peço muito da vida. Ou serei eu o tipo de gajo mais insatisfeito e que estou a pedir aquilo que é totalmente impossível nos dias que correm? Se calhar é mesmo esse o caso. Venha daí o futuro e que me traga a felicidade que for possível.

2 comentários:

Mónica disse...

Como Elis Regina um dia cantou..

"..Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais.."

Diogo Garcez Gonçalves disse...

Cheia de quê?
Memórias, recordações e amigos.
Que amigos, que memórias, que recordações? Os ou as que me fazem rir, chorar, amar ou esquecer ao som de livros e discos. Mas quais? Os que gosto. E quais são? Não sei, não vou saber, mas até lá espero...
Bebe-se aqui e ali sons, saberes e palavras e vamos construindo a nossa casinha com o tamanho ideal.