quarta-feira, 3 de setembro de 2008

La nostalgie


Ehhh, já não escrevia há tanto tempo.
Hoje tive um dia engraçado, ou melhor, uma semana, e bem a modo de um diário vou registar algumas coisas que se passaram entretanto.
Pois bem, pela primeira vez na minha vida fui a um videoclub. Não, não tenho necessidade, geralmente arranjo todos os filmes bem antes das estreias em Portugal, mas achei que embora eu seja dos gajos com menos dinheiro que conheço, devia dar a ganhar algum a outras pessoas e que era também um acto que nunca tinha feito e que devia mais não seja pela experiência. Então fiz isso e aluguei alguns filmes oscarizados. American Beauty, Finding Neverland e Munich.
Devo dizer que foram dos filmes que me deram mais prazer de ver nos últimos tempos, primeiro porque são filmes de grande qualidade, depois porque foram pagos, e quando pagámos por algo temos tendência a dar muito mais atenção. Foi isso mesmo que aconteceu, absorvi cada 3 € do aluger dos filmes com sofreguidão.
Mas senti falta de um grande clássico. Então dirigi-me à Fnac mais próxima, perdi a cabeça e estourei o pouco dinheiro que tinha numa edição de luxo do padrinho, que ando agora a ver às pinguinhas com os meus pais. Já não via filmes com eles há imenso tempo e também vos digo que partilhar uns momentos de qualidade com os nossos pais é mesmo importante e sabe bem.
Não contente, pedi aos meus pais, já que não tinha dinheiro, a colecção de romances do José Rodrigues dos Santos. Códex 632, Fórmula de Deus e O Sétimo Selo. Sei que faltam alguns, entre eles a Filha do Capitão, mas era estes que queria mesmo ler e não ia pedir mais dos meus pais que já a custo me deram estes.
Levei também a minha mãe às compras e não reclamei uma única vez com ela, nem quando ela demorou horas numa loja. Digo-vos que nisto fico nervoso e estou sempre a dizer para se despachar, mas desta vez não e até a incentivei a procurar outras lojas, o que não é normal de há uns anos para cá.
Por fim fiz ainda a visita aos meus falecidos bisavós, coisa que nunca tinha feito, mas acho que vou repetir, porque eles mereciam pelas pessoas que eram, além disso ver todas aquelas jazidas, sem ninguém, à sombra de uma macieirazinhas pequenas deu-me tamanha sensação de solidão que não me sentia bem se nunca mais lá voltasse e deixasse todas aquelas pessoas abandonadas a si próprias.
Sim, se calhar estou a ser estúpido, as pessoas estão mortas e não precisam de mim, ou se calhar as almas delas até andavam por ali em grande festa a fazer um banquete mesmo por onde eu passava, mas o que me interessa isso? Enquanto houver a pequenina probabilidade de elas estarem realmente ali e de me sentirem eu vou estar lá. Afinal, assim como nunca ninguém provou que não existe vida além da morte, nunca ninguém provou o contrário.
Pois bem, por isto tudo, sinto-me diferente, se calhar mais feliz e por isso me apeteceu escrever sobre esta semana em que tenho andado um bocadinho diferente, cheio de nostalgia, calmo e relaxado. Bem, não sei o que é, sei que me sinto melhor do que era, talvez por andar a praticar boas acções que um dia conto aqui. Só sei que nada sei. Frase cliché, mas que se aplica e geralmente somos nós que fazemos os clichés e não eles que se fazem.

2 comentários:

Anónimo disse...

muito bem diogo!! estas a te tornar um verdadeiro humanista!!! napo tarda estas a ter sentimentos!!!
isso sim!!!
abraço!

- disse...

bigada...