quinta-feira, 8 de abril de 2010

No fundo

No fundo gosto de ti como quem te adora,
Gosto de ti como quem te dá o casaco mesmo com frio,
Tens frio? Faço-me de forte e digo não, e não,
Tudo é quente, até as tuas mãos frias.
Arrepias-me, não de frio mas de emoção.
Traz-me algo para escrever, tenho que te escrever isto,
um talão do supermercado, uma factura ou um recibo.
Qualquer coisa que dê para mostrar, dizer ou escrever
como queiras, por ti tudo. No fundo adoro-te.
No fundo amo-te.
No fundo quero que escrevas comigo.
Quero mostrar-te isto.
Quero que sejas minha.
Egoísta? Sim, por ti certamente roubaria um pobre,
assaltaria Deus e roubar-lhe-ia o mundo.
Filmes e cinema? Actores e actrizes?
Para quê? Só te vejo a ti no ecrã.
Não vale a pena.
Nada vale a pena se não és tu por quem eu o faço.
E no fundo tudo vale tanto a pena como no início.
No fundo, é amor.

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