sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A necessidade do nada.

A verdade é que há algum tempo, muito até para quem me conhece, não escrevo, pinto ou sequer tenho uma actividade mais lúdica como a guitarra ou outro instrumento. Há mais ou menos 15 dias.
A vida dá uma volta enorme em pouco tempo e em 15 dias houve muitas alturas em que nada fiz, mas pelos vistos, também em pouco tempo parece que vou multiplicar o número de textos de forma exponencial ao longo do tempo. Seguem-se 4 a 5 textos ligados à área de Marketing num intervalo inferior a uma semana, intercalados por coisas triviais que necessito de escrever e que posso publicar ou não, porque tenho tendência a escrever muito mais do que aquilo que publico, dependendo da minha disposição e da qualidade na escrita.
Obviamente ao longo destes últimos dias surgiram-me muitos tempos e estive com o papel e a pena (teclado) na mão para escrever, no entanto, o estado de espírito nem sempre é propício à escrita ou a uma actividade mais intelectual seja ela qual for que depende muito do nosso momento “espiritual”. Saudade, irritação ou cansaço, são sensações ou sentimentos que não nos deixam indiferentes e esperei para começar de novo até estar com a cabeça completamente limpa para recomeçar a escrever, através do desporto e não só como uma tentativa de melhorar a situação pessoal e familiar, a minha situação financeira e definir o novo ano escolar.
Escrever de forma confusa e desordenada, num turbilhão de ideias como quem come o mundo com as mãos não me pareceu indicado se bem que muitas, muitas vezes me apetecesse aliviar para aqui mas não posso e não devo sequer transmitir essas situações porque ninguém tem que suportar as minhas más disposições.
Nesses momentos em que as letras se apoderam da mente e me fazem ligar o computador tentando ensaiar um discurso minimamente estruturado na forma de texto, paro. Deixo-me levar pelos pensamentos. Isto com uma razão muito definida. Para haver criatividade tem que haver tempo livre, temos que pensar e gastar tempo no nada que nos corre a cabeça, temos que, não racionalizar, mas sonhar sem dormir, pensar no geral sem fazer nada mais. Deleitarmo-nos com a mera possibilidade de não fazer nada e dar largas à imaginação. Assim nasce a criatividade. Assim voltei a escrever agora que tenho uma ou duas horinhas livres. Assim volta a criatividade e a força de vontade como quem recarrega uma pilha.
Um conselho: Fechem os olhos de vez em quando, durmam sem dormir mais uns 15 minutos. Não façam nada. Não, não sigo um culto Zen, Taoísta, Budista, Relativista, ou “intelectualista”. É um facto. Não é por acaso que a Google dá 8 horas por semana aos seus funcionários para desenvolverem projectos próprios, como quem diz “Façam o que quiserem e inventem. Imaginem e evoluam. Cresçam dentro de vocês próprios.”, já sei que posso exagerar em alegorias e adjectivações, mas é importante não fazer nada. Isso é. A sociedade hoje vive com demasiado tempo livre que não sabe aproveitar, por incrível que pareça muitas das vezes devia ser aproveitado não fazendo nada, mesmo nada sem que ninguém se sinta culpado por isso ter acontecido.

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