sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um dia

Saio de mais um jogo exausto. A derrota foi pesada e sinto-me pesado de tanto correr.
Entro no carro, está calor e o cansaço apodera-se. A semana foi dura. Tive aulas todos os dias e o horário completo no primeiro dia de faculdade. Estou exausto. Não consigo sequer pegar na mochila devidamente porque um músculo do braço está estirado. O simples carregar na embraiagem faz-me doer a perna em vários pontos, o dia está a ficar frio e estou transpirado.
Na estrada viajo devagar, ouço Norah Jones e descanso os ouvidos, não tenho pressa, mesmo assim sou testemunha de um acidente, as pessoas têm demasiada pressa e as coisas acontecem, felizmente ninguém se magoou e pude sair dali rapidamente, não aguentava mais estar de pé.
Chego a casa, abro os portões e nem o gato me vem receber como é costume, muito menos um sorriso de alguém. Está um dia cinzento mas quente daqueles que não gosto.
Subo as escadas apoiado nas mãos. Cansaço, já disse. Subo mais e mais escadas intermináveis, Olá mãe, Olá, tudo bem? Claro mãe, tudo bem. Passo e sigo. Deito-me na banheira nu e espero que a água chegue à minha beira. Hoje ela vem ter comigo não o contrário. Sinto-me mais limpo e calmo e começo a escrever.
Janto, peixe cozido, detesto, mas como ávido de fome. Hoje não tencionava jantar em casa, mas também é bom. Faço piadas e mostro que não estou cansado, embora por dentro morra, penso nos trabalhos que já são muitos, na falta de tempo, na obrigação de amanhã acordar cedo,…
Despeço-me, hora de dormir. Aproveito para escrever mais.
Esfrego pomada para reabilitação muscular e vejo as feridas. A marca de um pitão na perna. O joelho rasgado e pisado. A virilha rasgada, o braço deslocado, assim como o pulso. Um escaldão e hematomas em tudo que é lado. As dores musculares também me exigem descanso. Pego nas bolas de massagem e coloco debaixo das costas entre ais e uis só para mim.
Foi uma semana forte fisicamente e psicologicamente, muita emoção, muito suor e trabalho. Mereço o descanso, sinto o dever cumprido e a mente vazia.
Sem nada o anunciar passa Norah Jones de novo. Sunrise. Amanhã começa com o nascer do sol, de novo.

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