O tempo urge numa margem lavada pelas águas tépidas de um interior desolado. Num quarto de hotel glamoroso, ouço ruídos de amor e violência enquanto danço ao som dos meus próprios pensamentos perdidos num futuro que tarda em chegar e num passado que teme desaparecer.
A mente ocupada sente-se livre e vôa para lá dos sonhos de sucesso com meras palavras. A liberdade do atraso, do perdido por cem, perdido por mil, do afogar em atividades e desejos que não passam de inatividade e desinteresse. Promessas.
O tempo urge nesta cama para 2, preenchida pelo amor de 1000 homens, incapazes de se sentirem sós e que continuam a sua translação num sistema pouco solar. Aqui, numa margem, o tempo corre como o rio: vagarosamente mas com uma força capaz de eletrizar um povo como eu: admirador da exasperação com os ruídos pouco sérios, incapaz da subserviência e de perpretar regras analíticas.
E como amanhã, hoje estou atrasado. Por isso, muito amor, mãos à obra e pés ao caminho num texto pequenino.
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