quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dzerzhinsk

Ninguém esperaria encontra naquela zona da cidade um espaço como aquele que presenciava com os seus próprios olhos. Após vaguear quilómetros no meio de uma velha zona industrial, onde grande parte dos edifícios fabris se encontravam abandonados e decrépitos, onde as próprias naves eram esqueletos de tempos passados sem uma volta provável, entregues a uma biologia caótica de crescimento orgânico, que escondia muito bem qualquer bonomia e ainda melhor a porta 21. Esta porta metálica vermelha e desgastada daria acesso a um novo mundo fechado até então e onde centenas de pessoas estariam reunidas, pessoas pouco comuns, especiais, vestidas de uma forma aparentemente estranha mas só e apenas para quem não conhecesse o espaço, para quem não vibrasse na mesma sintonia que aquela velha nave, onde a aparente calma era desflorada pelos sons graves, profundamente baixos, que abalavam os pilares da própria existência. Eclético, o espaço albergava tantos homens como mulheres sendo que as suas idades rondavam números superiores àquele momento em que deixámos de chamar jovem a um jovem. Grande parte daquelas centenas de pessoas encontravam-se distribuídas em mesas circulares perfeitamente simétrica e equidistantes.

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