Ninguém esperaria
encontra naquela zona da cidade um espaço como aquele que presenciava com os
seus próprios olhos. Após vaguear quilómetros no meio de uma velha zona
industrial, onde grande parte dos edifícios fabris se encontravam abandonados e
decrépitos, onde as próprias naves eram esqueletos de tempos passados sem uma
volta provável, entregues a uma biologia caótica de crescimento orgânico, que
escondia muito bem qualquer bonomia e ainda melhor a porta 21. Esta porta metálica
vermelha e desgastada daria acesso a um novo mundo fechado até então e onde
centenas de pessoas estariam reunidas, pessoas pouco comuns, especiais,
vestidas de uma forma aparentemente estranha mas só e apenas para quem não
conhecesse o espaço, para quem não vibrasse na mesma sintonia que aquela velha
nave, onde a aparente calma era desflorada pelos sons graves, profundamente
baixos, que abalavam os pilares da própria existência. Eclético, o espaço
albergava tantos homens como mulheres sendo que as suas idades rondavam números
superiores àquele momento em que deixámos de chamar jovem a um jovem. Grande
parte daquelas centenas de pessoas encontravam-se distribuídas em mesas
circulares perfeitamente simétrica e equidistantes.
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