quarta-feira, 16 de julho de 2008

Amor


Sou um ouvinte assíduo de rádio, talvez porque o meu carro é velhinho e não tem leitor de cd's. Mas, acho que não é por aí, já que há uns tempos ia comprar um, mas no momento que estava na caixa para pagar e com o rádio na mão desisti e fui pô-lo de novo na prateleira. Como a minha mãe às vezes me diz devo ser de outro tempo: adoro rádio e cassetes, gosto de ouvir as outras pessoas e no geral gosto das coisas mais antigas e fora de moda, isso reflecte-se no que visto, no que como e no que faço.
Bem, mas deixando de divagar, ontem ouvi na rádio que havia muitas formas de amor:
  • Conexão ou amizade (intimidade)
  • Infatuation ou limerence (paixão)
  • Empenho amoroso (empenho)
  • Amor romântico (intimidade + paixão)
  • Compromisso amoroso (intimidade + empenho)
  • Amor Fático (paixão + empenho)
  • Amor Comsumado (intimidade + paixão + empenho)
E depois dependendo dos vários estilos:
  • Eros (amor) - um amor apaixonado fundamentado e baseado na aparência física
  • Psiquê - um amor "espiritual", baseado na mente e nos sentimentos eternos
  • Ludus - o amor que é jogado como um jogo; amor brincalhão
  • Storge - um amor afetuoso que se desenvolve lentamente, com base em similaridade
  • Pragma - pragmática amor, amor que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária, do agora.
  • Mania - amor altamente emocional; instável; o estereótipo de amor romântico
  • Agape - amor altruísta; espiritual.
Acho que já experimentei todos eles de todas as formas possíveis. Já tive amor brincalhão, sexual, temporário, instável, romântico, entre outros. A conclusão a que cheguei é que nenhum deles me satisfaz. Sou o tipo de homem tipicamente insatisfeito com todas as relações que tem. Ter 19 anos e ainda não saber o que quero da vida não ajuda nada acho eu. Nesta idade, raras excepções, somos extremamente imaturos.
Mas, também vos sou capaz de dizer, que sou fã do cinema português, embora como a todas as pessoas socialmente do meu nível e com o mesmo tipo de formação às vezes me chateiem um bocado porque ultrapassam o meu nível de compreensão. Sou fã da Lúcia Moniz, do Diogo Morgado, do Diogo Infante, Catarina Furtado, Medeiros entre muitos, muitos outros. E, geralmente na cinematografia portuguesa, as paixões são platónicas, um estilo Agape misturado com Psiquê e sim, é isso que eu procuro de certa forma. Com a idade que tenho já passei por tantas experiências doutros géneros que o que me falta agora é realmente isso.
Lá está podia estar para aqui a dizer o que uma pessoa como eu procura numa relação, mas primeiro ia desiludir a minha namorada, porque claro, a nossa relação não é perfeita e depois ia ser a coisa mais complicada do mundo descrever coisas que só se sentem. Embora tenhámos o dom da fala, dado por Deus ou aleatoriamente recebido por uma mutação genética não interessa, não conseguimos exprimir tudo por palavras.
Já estou a divagar de novo. Durante o programa de rádio um senhor ligou e deu a sua opinião. Os tipos de amor, tudo bem que existam, mas o que importa é a conquista, a sensação de objectivo cumprido, a sensação de "andar atrás", isto em traços gerais. E eu concordo. O defeito da maioria das relações que tive e que existem por aí é: "Ok...já consegui e agora?", o que leva a uma imensa desmotivação por parte de um ou dos dois elementos da relação. É então preciso prolongar isso por mais tempo. Como? Não sei, mas de certeza que existe uma forma.
Só para rematar. Já viram se eu tivesse um leitor de cd's os pensamentos magníficos (ou não) que perdia? Ouçam rádio no carro e não música empacotada. Mas disso falo outro dia.

1 comentário:

Anónimo disse...

grande diogo, permite-me discordar. nao creio que seja a conquista o que importa
eu tenho uma visao mais simplista do amor: existem as pessoas anormais e as outras. as outras nao existem, e anormais somos todos nós! sem ofenças.
nao vou fazer uma analise exaustiva sobre amor, vou antes falar da maneira como vejo o amor e as relaçoes.
para mim, amor à primeira vista, nao existe, existe sim paixao à primeira vista, violenta, indiscritivel, melancolica, libidinosa; se dai resultar algo, ela (a relaçao) tende a evoluir em algo mais consistente, mais carinhosa, de maior partilha, algo de valor elevado, intiligivel.
esse desejo de conquista, e a instabilidade ou impossibilidade de ter relações estaveis é tipico de idades jovens. com a idade/maturidade aquilo que um individuo procura torna-se diferente, se com 19 anos procuras a conquista e fast love, com 30 o sentimento é diferente, possivelmente procuras alguém com gostos parecidos, racional para ter um relacionameto mais estavel. (nao falo por experiencia, apenas suponho atravez de observações em amigos mais velhos).
catalogar os varios tipos de amor nao faz muito sentido, cada pessoa experiencia os sentimentos de forma diferente e unica.
abraço