quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sonhos II



Sonhos? Com os meus viçosos 18 anos devia estar inundada deles ate ao tutano! A verdade, e não sei se é apenas uma fase, sinto cada vez mais que os meus sonhos se vão limitando, tornando cada vez mais restritos. Não sei ate que ponto não confundo sonhos com ambições. No inicio da minha adolescência achava-me extremamente nova e que tinha o mundo inteiro a minha frente, um infinito de possibilidades que podia escolher. Profissionalmente poderia ser tudo o que quisesse, escolher a área que bem me apetecesse, sem qualquer limitação! Olhava para as pessoas que me rodeavam sempre cansadas e extenuadas dos seus empregos e sempre pensei que não seria assim! Seria livre… livre de todos aqueles aborrecimentos, frustrações, perdas de sonhos e sentidos! Seria diferente! Mas as vzes acordo de manha e descubro que sou so mais uma, vivo na constante impossibilidade de ser eu própria, tenho a sensação de que vivo aprisionada numa imensa teia de normas e de expectativas para as quais me sinto incapaz! Sinto-me envelhecer, sinto que estou a perder a inocência, estou ate a esquecer muitas das coisas em que acreditava e que ambicionava para mim. Acho que já não posso falar em sonhos, não da mesma maneira como os sentia até agora!

Terminei este ano o 12º e houve duas disciplinas que mudaram a minha vida: historia porque alterou completamente a forma como vejo o mundo principalmente no plano da política internacional e que me leva a compreender toda uma serie de questões que vêm desde o inicio da Guerra Fria ate aos nossos dias e que me motivou a ler o 1984 escrito por George Orwell em 1948, uma profecia arrepiante sobre uma sociedade totalitária com semelhanças assustadoras com a nossa sociedade actual, que me leva a questionar muitas vezes sobre o futuro que nos aguarda; a outra e português, porque me deu a conhecer o Mestre de todos os poetas, Alberto Caeiro e também Saramago e Eça de Queiroz, autores que nunca mais esquecerei pela sua genialidade, inovação, cultura e arte! Tudo isto me separa do passado e me transforma numa pessoa diferente, mais atenta, mais crítica, mais selectiva, mais aberta…mas traz também consigo, aquela que agora começo a compreender: a dor de pensar de Fernando Pessoa! Talvez por isso goste tanto de Caeiro, por ser o único que consegue abstrair-se, consegue ver com a inocência e constante novidade das coisas, por poder dizer “os meus pensamentos são todos sensações”!! Adorava também conseguir ser assim, contemplar a natureza, descobrir novidade em todas as coisas, e que isso fosse o bastante para alcançar a felicidade, no fundo, ser verdadeiramente livre ! A liberdade e de todas a mais bela das utopias! Porque, quer queiramos quer não, Imprescindível à liberdade é a solidão!

Já não sei bem por onde hei-de de procurar a felicidade, talvez me contente em ser moderadamente feliz ou então … na ilusão de que o sou!

AnA

Como é que ia deixar de publicar o teu texto? Como é que não havias de ficar minimamente chateada? E como eu concordo contigo Ana...este texto está para mim como o Douro está para o Porto.

1 comentário:

Anónimo disse...

(: toda a gente gosta d um bom porto! ;p lol

Oj tou um pouco cansada e particularmente irritada! mas enfim... escreve mais alguma coisa, costumam sair coisas giras! xD

ah e n ficava mm importada s n tivesses gostado! o texto ta um bocado pessoal demais!

Ana