Há dias em que dormir não é de todo uma prioridade e que muitas vezes o bem da alma se sobrepõe ao bem do sono. Esse é um desses dias: preciso de escrever, deixar sair um peso. Nem sei se para publicar ou não. Ultimamente não o faço, porque acho que tenho cada vez sentimentos mais próprios e especiais que devo guardar só para mim e para quem me é especial.
Escrever sobre o quê? É sempre uma questão para mim. Tenho tantos projectos escritos a meio, outros começados e outros nem pensados. Há tanta coisa que me passa pela cabeça e que podia escrever sobre.
Ultimamente a minha vida anda numa roda-viva de ilusões, desilusões, alegrias e tristezas, momentos eufóricos que alternam com momentos introspectivos. Há dias que ando a pensar no que se passa e como fico dependente de um boa noite que não chega ou de um compasso de espera entre mensagens maior que o habitual. Bem a verdade é que estou apaixonado, sim, sim, sim,…não tens idade, não sabes o que é, estás parvo é o que é. Tudo bem, geralmente ouço e calo durante dias e dias, mas todo o mundo às vezes parece que está do avesso e que eu estou errado quando tenho a certeza que estou correcto.
Sabem? No fundo todos os dias tomo decisões importantes, e com o passar do tempo tornam-se cada vez mais e mais importantes. Há até quem diga que se trata de crescimento, eu que sou o eterno pequenino e Benjamin que não sabe o que quer da vida, pf. Enfim, era tão, tão mais fácil se tivesse alguém a dizer-me o que fazer. Bem, mas há que cair na realidade: esta batata quente que tenho nas mãos é minha e só minha.
Aqueles que me são queridos, que não pensem que estou a pensar em sair de casa, cortar relações ou algo do género. Não. Tenho sido sincero, relativamente estável, são, não é disso que falo:
Em que vou gastar este dinheiro? Devia poupar?
Qual a melhor opção para o meu futuro?
Será que fazer isto ou aquilo está correcto?
Devo falar ou manter-me calado? E pedir isto? Melhor não, não é?
Eu sei, é insignificante, mas com o crescimento vem uma solidão enorme, no pensamento e na tomada de decisão. Tenho 20 anos eu sei, já perto dos 21 infelizmente, já devia ter cabeça para me calar e tomar estas decisões e aceitar consequências. Quem me conhece sabe que é isso que faço, mas caramba, não sei se pela mudança da folha, Primavera, por andar com o coração nas mãos como louco apaixonado, por ter feito a barba ou escovado os dentes menos do que devia, parece que há qualquer coisa que me deixa cansado. Falta de mimo, é muito provável. Mas cá para mim é falta de outra coisa. Lá no fundo eu sei o que é. É falta de ti.
E não. Não estou a escrever com intenção de mostrar: “Olha, olha, que fofinho que eu sou.” Estou a falar em voz alta e a escrever em toques leves e demorados, apressados com a ânsia da saudade, ou lá que raio se chama a isto. Não faço ideia.
Resumo, não me sinto bem aqui e agora, mas sabia como me sentir bem aqui e agora também. Faltam coisas, algumas delas parvas e bastaria algum dinheiro ou tempo. Mas falta uma pessoa, e isso sim, isso era o que eu precisava, mas realidade das realidades, quando era pequeno sonhava em dormir com a Claudia Schiffer, sonhava em ter um Maseratti na garagem atrás de um Ferrari que estava no alpendre ao lado da piscina.
Se disser que os meus sonhos são os mesmos minto, não sou hipócrita e não sonho com nada disso. Sonho com outras coisas, mas sabem…ao longo do tempo apercebo-me que até realizarmos um sonho temos que sonhar muitas vezes e voltar, repensar, analisar esse sonho. Cá por mim vou sonhar outra vez, está na horinha, até já passa muito para uma pessoa que se diz de bem, vou definir ainda mais um sonho que impossivelmente já começa a ter cores e linhas bem definidas. Não o julgava possível, mas pelos vistos...
Boa noite.
Boa noite para ti. Não me esqueço nem adormeço.
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