Ao leitor mais desapercebido saberá que não dou títulos aleatórios e quando reúnem mais que uma palavra, numa frase, têm um significado mais profundo e que ilustra muitas vezes o meu estado de espírito.
Hoje é dia de Páscoa: a família, a religião e a indissociável gastronomia, tudo reunido num único dia. Um dia que para mim é estranho. É incrivelmente fascinante como estou a escrever num portátil pequenino em vez de estar a falar e a brincar com as pessoas mas já fiz isso. Ou melhor não fiz, mas tentei e não ando com grandes apetites. Estou a ficar um verdadeiro bicho social, provavelmente, mas na minha opinião começo a ter razões para isso, primeiro porque a sociedade é cada vez mais esquisita e fora daquilo que eu gosto e, as crianças já não me fascinam como fascinavam, nem a amena cavaqueira sobre o nosso triste Portugal que está sempre no fundo do poço e é o fim da picada para a maioria dos portugueses que desejam sair de cá alegremente.
Dois parágrafos e já me estava a desviar. Estava com o computador aberto a ver o que fazer, usualmente visitava ou navegava na Internet, mas a ocasião não é essa: não há Internet. O que fazer? A verdade é que eu reparo que se não tiver Internet, há muito menos tempo perdido. Não há o Real Madrid para ver, o programinha para melhorar o computador, as notícias e o mail para visitar de 3 em 3 minutos. Há tanto mais, se bem que o computador está cada vez mais orientado para uma plataforma totalmente online. Escreve-se menos, tweeta-se mais, tira-se mais fotografias e fala-se menos. Decidi escrever, e bem, é estranho, se tiver dúvidas nas palavras não há nada a fazer a não ser inventar novas formas de contornar o assunto. Se quiser uma imagem para me inspirar não há, mas bem há outro encanto sobre o qual não consigo dizer nada de forma a explicar o que é a sensação de estar desconectado do mundo.
Concluindo, o que parecia normal há uns anos, agora é tão estranho e a única diferença é uma única transferência de pacotes ao longo de uma linha de cobre com 1’s e 0’s a passar por ali.
Mas o offline também se aplica a esta sociedade, olhem para mim aqui no canto a olhar para as pessoas, a ouvir falar, totalmente de fora e com um olhar ausente. Parece que não sou deste mundo. Estou offline há uns tempos. Offline da sociedade, offline de paciência e tantas outras coisas…
Agora o que me leva a fazer isto, ou a ficar assim? Bem, desencanto pelo que se vai passando ao longo dos dias no que toca às pessoas, ou então sou mesmo assim. Um bicho do monte. Desengane-se quem pense que eu estou triste ou que isto é uma lamentação, não me arrependo minimamente de estar assim ou fazer isto ou aquilo. São as minhas escolhas e as conversas dos outros são me sinceramente desinteressantes e parvas. Eu sei que possivelmente estou a exagerar e que nem tenho razão porque as pessoas têm senso comum e muito possivelmente maior que o meu porque só tenho 20 anos e do mundo não sei nada.
Estou offline do Messenger, estou offline no telemóvel e parece-me que vou manter-me assim nos tempos próximos, essencialmente por opção própria. Sou daquelas pessoas que já não responde a uma mensagem de Boa Páscoa, a um convite de futebol ou seja o que for. Não me importo minimamente e se calhar as coisas funcionam como me têm dito.
Sinceramente não me soa bem geralmente, como a maioria das coisas ultimamente não me soa muito bem, mas há que ter em mente que provavelmente é o melhor e o correcto. Cá para mim não tem sentido e não se aplica. Não o vou aplicar, não vou fazer, porque não quero e acho que não devo.
E acima de tudo porque posso discordar e toda a gente me dá opiniões sobre o que fazer.
(Sim já tenho Internet se não, não podia publicar isto.)
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