o.o
Deve ter sido mais ao menos a minha expressão facial ao longo de boa meia hora.
Estava deitado no capot do carro antigo, um frio incrível e uma paz de sons...ouviam-se cães ao longe, e um ou outro carro a passar na estrada lá longe. Por cima de mim tinha uma luz amarela, pública que iluminava o estacinamento. À volta dela um moscardo, simples e iludido e uma teia de uma só linha que balouçava ao vento. Não me vou esquecer de olhar para o negro por trás e ver estrelas límpidas como se estivessem ali à mão. No carro de portas fechadas estava a dar essa música e outras do mesmo autor, num programa qualquer da antena 2. "Músicas para sonhar, para abrir a mente e deixar-se fluir em universos paralelos" dizia o interlocutor, não o ouvia, se bem que agora me lembro do que se passou: por momentos o meu cérebro apagou-se deste mundo.
"Que fazes aí Diogo? Estás com calor." - fui interrompido.
Não faziam eles ideia do ardor efusivo que me fustigava a alma.
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