Acabei de comprar o meu primeiro carro. Cinzento com vidros eléctricos, tecto de abrir, com 75 cavalos a 4 velocidades e pintura metalizada. Mas o melhor de tudo é o leitor de cassetes que no fundo é uma novidade e pela primeira vez consigo ouvir as músicas que realmente gosto sem estar à espera que passem na rádio, ou então ter que tentar ligar algumas vezes do telefone da fábrica até atenderem e ficar ao lado do rádio à espera que passem a música que pedi.
Hoje estou sentado perto da praia em Vila do Conde a ouvir a rádio Renascença que ainda há pouco tempo foi ocupada por trabalhadores, mas está tudo tão calmo. Este mar…tão pacífico. Não se vê vivalma porque já é tarde e o sol começa a descer no horizonte. Muito provavelmente daqui a uns anos ninguém vai conseguir estar aqui sem levar um empurrão, mas até lá este lugar é meu e só meu. Quem diria que há 3 anos houve aqui, neste país, uma revolução?
O certo é que estes estofos cheiram a novos e fico excitado de pensar na ida para casa e nas curvas apertadas que a estrada proporciona. Desafiar a morte é algo fantástico, principalmente quando a probabilidade de morrer é alta mas sabemos que não vai acontecer.
Só quero dizer que é bom ter a liberdade de ser livre (assim mesmo) e beber uma Cola. Está a ficar frio e não trouxe casaco, é hora de ir embora.
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